Celebrações do Dia da Europa decorreram em Olhão

Celebrações do Dia da Europa decorreram  em Olhão

O concelho de Olhão acolheu, durante todo o dia de ontem, as celebrações do Dia da Europa na região algarvia. Nas diversas atividades realizadas, numa colaboração entre o Município de Olhão e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve, recordaram-se as melhorias que a entrada de Portugal na União Europeia (UE) trouxeram ao País e, em particular, ao concelho de Olhão e ao Algarve.

Num dia que começou com o hastear da bandeira da Europa ao som do seu hino, frente ao Auditório Municipal de Olhão, o presidente do Município, António Miguel Pina, e o presidente da CCDR Algarve, Francisco Serra, destacaram o desenvolvimento que a adesão à UE trouxe ao País. Em Olhão, obras como o próprio Auditório, o parque de estacionamento do Levante, os largos onde se podem conhecer as lendas da cidade cubista e a requalificação dos Mercados Municipais ou da Avenida 5 de Outubro, em execução, são bons exemplos do que os fundos comunitários permitiram a Olhão, espaços que ontem foram visitados pelas entidades presentes.

O autarca olhanense, dirigindo-se sobretudo aos mais jovens presentes na cerimónia inaugural do Dia da Europa, recordou que “Olhão era muito diferente antes da adesão de Portugal à UE em 1986: “Não tínhamos uma empresa que tratasse a água que chega às nossas torneiras, as nossas escolas foram construídas com a ajuda de fundos comunitários, assim como os pavilhões e muitas outras infrestruturas do nosso concelho”, exemplificou António Miguel Pina. “Passem esta mensagem aos vossos pais, senão daqui a alguns anos corremos o risco de pensarmos que a União Europeia não serviu para nada, mas serviu, e muito”, exortou o edil aos alunos olhanenses.

As novas perspetivas de desenvolvimento que se abriram à região também não foram esquecidas por Francisco Serra: “Com o contributo dos apoios europeus, a região está mais competitiva, os serviços públicos foram modernizados, estão mais próximos e eficientes, as respostas sociais cobrem grande parte do território regional. Estamos mais próximos da Europa, por exemplo com a ponte internacional do Guadiana ou as intervenções no aeroporto de Faro”, referiu o presidente da CCDR Algarve.

No atual programa operacional regional, CRESC ALGARVE 2020, privilegia-se o apoio às empresas, ao conhecimento, à promoção da empregabilidade e do empreendedorismo e faz-se a valorização dos territórios e dos recursos endógenos.

No encontro “Mar sem Plásticos: Ações para combater as fontes de lixo marinho ligadas ao mar”, que decorreu nos Mercados Municipais de Olhão durante a tarde, foram abordados os contributos regionais para um mar sem plásticos, com contributos de Joana Cruz (Universidade do Algarve), Lurdes Carvalho (CCDR Algarve), Alcina Sousa (Docapesca), Sílvia Padinha (AMIC Culatra), Angelina Ramos (For-Mar) e Renata Fleck (Sciaena). Aqui foram revelados alguns números que preocupam: 90% do lixo no Algarve é plástico; se andarmos 100 metros na praia encontramos 312 pedaços de plástico e na Ria Formosa mais de 50% do lixo que se encontra é plástico.

No dia em que Olhão foi a ‘capital’ regional da Europa, também o comércio local se associou à iniciativa, exibindo nas suas montras a bandeira da UE, enquanto a Biblioteca Municipal, a Casa da Juventude, o Museu, o Auditório Municipal ou a Escola Secundária acolheram várias iniciativas para jovens e menos jovens: leitura de histórias e lendas, danças da Europa, curtas para jovens, desenhos sobre a Europa e várias sessões de esclarecimento marcaram igualmente este dia.

O professor catedrático da Universidade do Algarve, António Covas, apresentou, no Museu Municipal de Olhão, a sua última obra, A Crítica da Razão Europeia, onde traça uma “breve história do futuro” através de 10 teses sobre a união política europeia. António Covas, que é doutorado em Assuntos Europeus pela Universidade de Bruxelas, mostra-se apreensivo acerca do resultado final das próximas eleições europeias, que se realizam no final deste mês de maio. “No atual contexto não devemos consentir que os movimentos populistas e nacionalistas estabeleçam uma agenda negativa. Não temos que pedir desculpa pela nossa democracia, pelos nossos valores, pelos direitos humanos e dignidade humana, igualdade entre homens e mulheres, respeito pelo ambiente e pela nossa economia social e de mercado”, defende António Covas no seu livro, exortando à participação na votação que decorre no próximo dia 26 de maio. Esta será também uma forma de assinalar a União Europeia.

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