Novidades do 16º Festival MED apresentadas em Lisboa

Como já é tradição, a Câmara Municipal de Loulé esteve esta quinta-feira na Bolsa de Turismo de Lisboa, o principal certame nacional ligado ao setor do turismo, para apresentar a 16ª edição do Festival MED.

Em quatro dias (27, 28, 29 e 30 de junho, este último o “Open Day”), a Zona histórica de Loulé irá receber 10 palcos, com mais de 80 horas de música , por onde irão passar 280 músicos de 22 países, com 2 estreias em termos das nacionalidade representadas: Trindade e Tobago e Haiti.

Novidades do 16º Festival MED apresentadas em Lisboa

De entre as muitas e variadas propostas musicais a que o MED já habituou o seu público, nesta apresentação foram anunciados os primeiros 15 artistas que farão parte do cartaz. Assim, já têm presença garantida em Loulé o brasileiro Marcelo D2, Mellow Mood (Itália), Marinah (Espanha), o projeto multicultural e transnacional The Turbans (Bulgária/Israel/Irão/Grécia/Turquia/Reino Unido), Kel Assouf (Níger/Bélgica), Selma Uamusse (Moçambique/Portugal), Orkesta Mendoza (Estados Unidos/México), Anthony Joseph (Trindade e Tobago), Moonlight Benjamin (Haiti), Dino D’Santiago (Portugal/Cabo Verde) Tshegue (Congo/França) ou os portugueses Gisela João, Dead Combo, Diabo na Cruz e Cais do Sodré Funk Connection.

Sonoridades diferentes e que trazem seis estreias absolutas em solo nacional, a dos mexicanos Orkesta Mendoza, Moonlight Benjamin, The Turbans, Kel Assouf, Tshegue e Anthony Joseph. A cantora Marinah regressa a este palco louletano, com uma estreia também em Portugal do seu projeto a solo, mas já tinha passado pelo MED enquanto vocalista da banda espanhola Ojos de Brujo.

De entre os nomes já confirmados, a atuação de Marcelo D2, um nome bem conhecido em Portugal, será um dos momentos mais aguardados. O rapper brasileiro, reconhecido pela sua mistura de samba com black music, vem a Loulé apresentar o seu décimo disco de estúdio, “Amar é para os Fortes”.

Carlos Carmo, vereador dos Eventos da Autarquia de Loulé e diretor do Festival, falou de algumas das novidades que, como é apanágio da organização, são introduzidas em todas as edições com o intuito de potenciar o fator surpresa que é uma das imagens de marca do MED. Este ano, os amantes da World Music vão poder contar com um novo palco que ficará instalado no Largo D. Afonso III, tendo as muralhas do Castelo de Loulé como pano de fundo. Por outro lado, o Palco Castelo ganhará um novo conceito.

Um dia depois do MED ter sido distinguido nos Iberian Festival Awards pelo melhor “Contributo para a Sustentabilidade na Península Ibérica, Carlos Carmo que aglutina as áreas dos Eventos e do Ambiente adiantou que a preocupação ambiental será reforçada este ano e, neste momento já estão a ser trabalhadas novas iniciativas que se irão juntar ao copo ecológico, movimento “Zero Desperdício”, painéis fotovoltaicos ou pontos de distribuição gratuitos e eficientes de água. “Alinhamos, não só o Festival MED mas todos os eventos que realizamos na Câmara, com a nossa política ambiental. Nos eventos, o ambiente e a sustentabilidade vão estar cada vez mais presentes e o Festival MED é exemplo disso”, considerou este responsável.

Sendo o Festival MED uma fusão de manifestações culturais, outras áreas para além da música têm aqui a sua representação como é o caso das artes plásticas, poesia, animação de rua, astronomia ou artesanato. Mas este ano o foco também estará voltado para a sétima arte que ganha novos e maiores contornos nesta edição. A curadoria do Cinema MED estará a cargo de Rui Tendinha, prestigiado crítico de cinema que colabora com meios como a Antena 3 e a SIC (ambos media partners do MED). Assim, o cinema deixará de figurar apenas nos dias que antecedem o Festival e passa a integrar o cartaz dos dias do evento. Como explicou o próprio Rui Tendinha, antes de cada concerto será apresentado uma “curta” o que permitirá ao público ter um “olhar transversal”. “Antes de um concerto vão ver um filme que também tem música, pode haver aqui um diálogo de artes”, frisou. No domingo, 30 de junho, dia aberto do MED, está prevista no Castelo, ao ar livre, a antestreia de “um filme muito especial que tem tudo a ver com músicas do mundo”: “Gabriel e a Montanha”, de Filipe Bragança, um dos filmes mais importantes do cinema brasileiro dos últimos anos.

Também o TalkFest, conferência que nasce da parceria da Autarquia com a APORFEST, irá debruçar-se sobre a forma como música e cinema se complementam.

Numa altura em que indicadores estatísticos referem que este festival é um elemento alavancador para que os turistas marquem as suas férias para virem ao Algarve, também por isso o MED volta a figurar, pelo terceiro ano consecutivo, na plataforma do Turismo de Portugal “Portuguese Music Festivals”, que promove no exterior um conjunto muito restrito de festivais de música em Portugal.

Já o vice-presidente da edilidade, Pedro Pimpão, sublinhou o “enorme impacto na região”, nomeadamente em termos do aumento do alojamento e da restauração de mais de 50%.“. Estamos a falar do reconhecimento de Loulé para o aumento do volume de negócios no Algarve”, referiu.

Para este responsável “é um orgulho para o Município de Loulé ter um evento destes a decorrer no nosso território já que é um festival reconhecido por todos, que alia várias manifestações culturais naquilo que deve ser um contributo para a comunidade e uma mostra daquilo que o mundo nos dá na sua diversidade”.

Refira-se que presentes nesta apresentação estiveram também dois artistas confirmados para esta edição e que são o espelho da nova vaga da lusofonia: Selma Uamusse e Dino D’Santiago. Depois de ter realizado a pré-abertura do MED há quatro anos, no Cine-Teatro Louletano e ter integrado o cartaz há 3 anos, com dois concertos muito elogiados, numa altura em que a artista não tinha ainda qualquer trabalho editado em nome próprio, a luso-moçambicana está de regresso. “É um privilégio poder fazer parte de um festival com tanta qualidade, prometo que vou dar o meu melhor, obrigada pela vossa confiança, vocês acreditam na boa música que é feita em Portugal”; considerou Selma Uamusse.

O quarteirense Dino D’Santiago, que lançou recentemente o seu novo álbum com muitos elogios da crítica nacional e internacional, também já fez parte do alinhamento do Festival. Ano após ano, este jovem com origens cabo-verdianas, que tem subido ao palco para atuar ao lado de outros artistas, sublinhou a sua ligação afetiva ao MED que considerou ser o seu festival de eleição.

Categories: Actualidad, Loulé

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